sábado, 21 de dezembro de 2024

Natal, 2024 - Por Papa Francisco, Irmão Marceio Barros, Pe. Paulo Sérgio Bezerra, Zé Vicente, Chico Alencar

 


“Vocês vão ter ainda hoje 

a confirmação da sua vinda, 

e amanhã hão de ver a sua glória, 

em vocês, sua vivenda”.              

          “A iniquidade desse mundo

              será, então, destruída

              e sobre nós reinará 

              salvação e plena vida.” 

(poema adaptado de uma antífona das 1as Vésperas do Natal)

Queridas irmãs e queridos irmãos,  

Mais do que os doces cânticos de Natal e os anúncios repetidos do nascimento do Menino Jesus, minha memória se agarra a essas antífonas do antigo breviário que traduzo de modo atualizado. Elas se inspiram no episódio do maná do deserto (Ex 16), transpostas para o que celebramos, agora, neste Natal. Não apenas o aniversário do nascimento de Jesus e sim a expectativa da vinda do Cristo Cósmico, que toma o corpo não mais da criança nascida em Belém e sim o da natureza crucificada e assume os rostos dos Avatares da Divindade, nas mais diferentes tradições espirituais e religiosas.  

Os efeitos de sua ressurreição em todo o universo ainda não são visíveis. Sua manifestação é um processo no qual o Amor Divino quer que participemos como testemunhas e instrumentos de sua presença amorosa no universo. 

Em cada Natal, pedimos que essa nova realidade do universo cristificado se manifeste logo e de forma total. Apesar do nosso mundo parecer cada vez mais doente, celebramos a confiança de que a manifestação do Cristo Cósmico venha salvar a nós e à terra.

Em meio à escuridão das crises que tomam conta do Brasil e do mundo, precisamos celebrar o Natal de modo que nos reanime na missão de sermos sinais e testemunhas de esperança. Essa esperança que vem do útero misericordioso do Espírito, Mãe da Vida. E ao nos renovar por dentro, começa a sua obra de “renovar a face da terra”.  

Hoje, o universo é o verdadeiro presépio do Cristo Cósmico. 

Na Liturgia Latina, os textos desses últimos dias antes do Natal invocam Jesus como Salvador do cosmos. 

Com sua profunda formação litúrgica e sensibilidade artística, o saudoso e querido Reginaldo Veloso traduziu de forma adaptada as invocações das antífonas Ó. A cada dia, uma nova invocação chama o Cristo Ressuscitado, um dia como Libertação, no outro como Sabedoria. Um dia, o contempla como nova Sarça Ardente, na qual Deus se revela aos Moisés de hoje. Finalmente, é chamado de Emanuel, presença divina no meio de nós. E cada dia, a antífona se  conclui com um refrão que canta: 

“Vem, ó filho de Maria, 

vem trazer-nos alegria. 

Quanta sede, quanta espera, 

quando chega, quando chega aquele dia...” 

    É essa sede e essa confiança alegre que desejo a vocês nesse Natal. Um abraço carinhoso e feliz Natal. 

                                                   do irmão Marcelo Barros





Nenhum comentário:

Postar um comentário