segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O PORTAL DAS LETRAS (1) - LER E CRESCER

RODA DE LIVROS
Desde o início de 2010 tenho emprestado alguns livros para adolescentes da escola onde trabalho atualmente. Estes livros tratam de temas ligados ao seu cotidiano e foram escritos por pessoas que contam histórias ligadas às suas dúvidas e inquietações, alegrias e tristezas, expectativas e descobertas, além de outras experiências que fazem parte da vida deles e de cada um de nós.

O primeiro livro a ser entregue foi o de Gabriel, o Pensador “Diário Noturno”, seguiram-se “Depois daquela viagem” de Valéria Piassa Polizzi , “Feliz Ano Velho” de Marcelo Rubens Paiva, “Com licença eu vou a luta” de Eliane Maciel, e “Confissões de Adolescente” de Maria Mariana.


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O PORTAL DAS LETRAS (1) - LER E CRESCER

Divulgação

Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
29/1/2011 · 2 · 7
RODA DE LIVROS
Desde o início de 2010 tenho emprestado alguns livros para adolescentes da escola onde trabalho atualmente. Estes livros tratam de temas ligados ao seu cotidiano e foram escritos por pessoas que contam histórias ligadas às suas dúvidas e inquietações, alegrias e tristezas, expectativas e descobertas, além de outras experiências que fazem parte da vida deles e de cada um de nós.

O primeiro livro a ser entregue foi o de Gabriel, o Pensador “Diário Noturno”, seguiram-se “Depois daquela viagem” de Valéria Piassa Polizzi , “Feliz Ano Velho” de Marcelo Rubens Paiva, “Com licença eu vou a luta” de Eliane Maciel, e “Confissões de Adolescente” de Maria Mariana.

O início com Gabriel, o Pensador, deu-se em razão da compra do livro que eu e minha companheira fizemos para dar de presente de aniversário ao filho de uma amiga. Como ele já tinha sido contemplado com um exemplar o presente ficou na estante durante uns três anos e, no início do ano letivo de 2010, tive a idéia de emprestá-lo para alunas (os). Como contrapartida, foi solicitado que escrevessem sua opinião, com no minimo 10 linhas, abordando o que gostou e não gostou , o que aprendeu, passagens marcantes e outros aspectos do livro que julgassem interessantes.

Ainda sobre o livro de Gabriel, o Pensador, vale lembrar que o primeiro contato que tive com ele se deu quando, em 2005, foi realizado o seu lançamento aqui em Aracaju, através do circuito cultural Banco do Brasil. Na ocasião, na companhia de quatro alunos (as), tive a oportunidade de saborear a leitura de alguns trechos pelo próprio autor e de ouví-lo responder às perguntas dos adolescentes sobre o processo criativo, a vida pessoal e a carreira artística do autor.

Em seguida, adquiri com um vendedor de revistas usadas o título “Depois daquela viagem”, pelo módico preço de R$2.00 “ A história de uma adolescente que contraiu aids através de relacionamento sem preservativo com o namorado” , que despertou interesse imediato nos alunos e foi e ainda é, bastante disputado.

Quanto aos livros “Feliz Ano Velho” e “Com licença eu vou a luta” estes foram adquiridos através de um acaso. Mas, será que foi mesmo um acaso? A história foi assim: Em um dos dias de novembro de 2010, marquei uma reunião com uma amiga psicóloga para tratarmos de assuntos referentes às rodas de danças circulares e, na saída, ela me disse que estava com uma caixa de livros para doação e separasse alguns que me poderiam ser úteis.

Para mim, foi uma alegria poder re(encontrar) exemplares de “Com licença eu vou a luta” e “Feliz Ano Velho”. Quem adolesceu e juvenesceu em fins dos anos 70 e meados dos 80 sabe o quanto estas obras significaram para os jovens da época.

“Confissões de Adolescente” é uma obra que merece destaque à parte, pois, ao contrário dos demais livros, este foi (re)adquirido em um site de livros usados. A versão audiovisual desta obra, produzida pela TV Cultura nos anos 90 do século passado, foi exibida aos alunos e, diferentemente dos outros livros, foi solicitada a apresentação de um resumo de cada programa valendo nota, ressaltando o que gostou e não gostou, o que aprendeu, passagens marcantes e outros pontos que julgassem relevantes.

O nível de repercussão e de interesse correspondeu às minhas melhores expectativas. Acompanho o alto grau de satisfação despertado por Confissões de Adolescente desde a década de 90, quando, ainda estudante e voluntário em um projeto de arte-educação popular no bairro América (Aracaju), sugeri a aquisição de um VHS com três episódios.

Decorrido mais de uma década, pude adquirir uma caixa de DVD´s contendo todos os episódios da fase principal da série, a preferida por todos nós: o pai, a mãe, a filha adolescente e o filho que, ainda criança, não perdia um programa, bem como, ainda hoje, as diversas reprises a que a irmã mais velha, volta e meia, assiste.

E a roda de livro em 2011???

Manteremos o foco no tema e no objeto principal: Obras de literatura de todos os gêneros com o olhar dirigido para o mundo adolescente e juvenil.

Pretendemos compartilhar informações com iniciativas semelhantes, principalmente através da net. O blog produção cultural nas escolas e do Orkut de História, em termos gerais, e o portal Overmundo, em algumas situações especificas, serão utilizados como espaço de postagem de textos, fotos e vídeos sobre livros e autores, bem como resumos elaborados pelos adolescentes e jovens leitores.

Em termos operacionais pretendemos prosseguir com os empréstimos, mantendo um cadastro organizado de cada adolescente/jovem leitor, um resumo de cada livro, e solicitando com mais firmeza a contrapartida de uma opinião resumida sobre o livro.

Aos poucos, tentaremos adotar uma ou outra obra para um estudo mais sistemático sobre fatos relacionados ao cotidiano juvenil e/ou história do Brasil e, ainda, como suporte para trabalhos de criação, envolvendo audiovisual, teatro, dança, artes plásticas, música, fotografia e etc.

Quem quiser/puder colaborar pode, dentre outras possibilidades:

Sugerir nome de livros para esta iniciativa.
Doar livros ou DVDs com adaptações literárias. Uma opção interessante é comprar através de sebos, inclusive os virtuais.
http://www.estantevirtual.com.br
http://www.sebosonline.com
Realizar ou propor iniciativa semelhante junto a crianças, adolescentes e jovens da família, do bairro, do condomínio e da escola.
Dica importante: Oferecer vários livros como sugestão para quem já está iniciado no hábito da leitura. Para aqueles que não gostam de ler , as estratégias exigem mais estrutura pedagógica e estética, que necessitam de mais políticas públicas nas áreas de educação, cultura e comunicação."
Escrever para a fundação Padre Anchieta solicitando a retomada da série Confissões de Adolescente com temas característicos dos tempos atuais. Ex: internet e novas tecnologias, aquecimento global e desastres ambientais, pedofilia, consumismo, fundamentalismos religiosos, políticos e étnicos, homossexualismo, cultura de massa juvenil, consumo do crack e drogas sintéticas, liberação do consumo da maconha e etc...


Dedico esta iniciativa aos queridos Milton Coelho e Frei Betto, o primeiro, comunista, o outro, cristão, mas ambos incansáveis no incentivo à boa leitura, por que sabem que lendo homens e mulheres se tornam melhores.

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O Mundo conectado à Arte e Sergipe ligado no Mundo

O texto foi produzido já há algum tempo.. mas como certas idéias são atemporais vale compartilhar com os overmanos

Um público com um traço inevitável: a diversidade. Pessoas de vários cantos do mundo, com histórias e visões diferentes. Em comum, a pergunta: “como a arte pode transformar beneficamente realidades?”. Na certa houve inúmeras respostas nos dias 17 ao 25 de julho, período do “VII Congresso do IDEA Abraçando as Artes de Transformação: Viva a Diversidade! Viva!”, em Belém (PA). E é de lá, do Norte do País, que um sergipano concedeu a entrevista abaixo por telefone. Zezito de Oliveira foi convidado para apresentar a interessante experiência do Projeto ECARTE que, nos anos de 2002 a 2006, realizou oficinas de teatro, dança e discussões sobre o Estatuto da Criança e Adolescente com adolescentes do conjunto Jardim, periferia da região metropolitana de Aracaju.

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O Mundo conectado à Arte e Sergipe ligado no Mundo

Zezito de Oliveira
Grupo de Marujada São Benedito (Bragança-PA)
1
Thiago Paulino · Aracaju, SE
8/10/2010 · 46 · 12
O texto foi produzido já há algum tempo.. mas como certas idéias são atemporais vale compartilhar com os overmanos

Um público com um traço inevitável: a diversidade. Pessoas de vários cantos do mundo, com histórias e visões diferentes. Em comum, a pergunta: “como a arte pode transformar beneficamente realidades?”. Na certa houve inúmeras respostas nos dias 17 ao 25 de julho, período do “VII Congresso do IDEA Abraçando as Artes de Transformação: Viva a Diversidade! Viva!”, em Belém (PA). E é de lá, do Norte do País, que um sergipano concedeu a entrevista abaixo por telefone. Zezito de Oliveira foi convidado para apresentar a interessante experiência do Projeto ECARTE que, nos anos de 2002 a 2006, realizou oficinas de teatro, dança e discussões sobre o Estatuto da Criança e Adolescente com adolescentes do conjunto Jardim, periferia da região metropolitana de Aracaju.

- Cite três aspectos mais relevantes que você destacaria no IDEA 2010?

A abertura foi muito bonita, vários grupos do Pará estavam presentes: marujada, carimbó, grupos indígenas. Na chegada, senhoras erveiras davam banho de cheiro nos participantes. Primeiro destaque foi como fizeram a programação através de oportunidades onde as pessoas na abertura das conferências e rodas de diálogo podiam entrar em contato com as outras através de uma forma de comunicação para além do código verbal, utilizando gestos, movimentos, olhares e afetos. Em um dia foram técnicas do teatro do oprimido [Teatro desenvolvido por Augusto Boal que utiliza a platéia como personagem e que tem como objetivo democratizar o teatro para realidades desfavorecidas]. Em outros dias, foram técnicas de mimica e ginástica oriental, coordenada respectivamente por jovens da Tailandia e de Hong-Kong, este último por um rapaz excepcional, de um grupo de Hong Kong, que possui um trabalho junto a pessoas portadoras de necessidades especiais. Outro aspecto foi a imersão nas comunidades. Cada participante poderia escolher um roteiro para vivenciar uma experiência envolvendo arte-educação em comunidades ribeirinhas, nas pequenas ilhas. E um terceiro aspecto importante foi o contato com demais países. Da Europa vem a maioria, pelas condições óbvias, mas veio muita gente da Ásia e também da América Latina e da África. Esse último continente em menor quantidade, em razão das dificuldades de captação de recursos junto a cooperação internacional, em razão da crise financeira internacional de 2008/2009

-O que você pode trazer de positivo para o trabalho realizado em Aracaju?

O sentimento de coragem do pessoal que trabalha com situações de violência. Como agentes culturais do Zimbábue que enfrenta o próprio governo local e já tiveram integrantes de seus grupos presos. Outro caso interessante foi de uma jovem colombiana Julia Escobar, coordenadora da ONG Caixa Lúdica da Guatemala mostrando o que gerou a Rede Guatemalteca de Arte Comunitária. Um trabalho junto a jovens aliciados pelo narcotráfico e envolvidas com gangues. Há uma disposição de enfrentamento da violência e nesses processos, você percebe o quanto tem gente com coragem no mundo fazendo arte. E além de fazer arte, eles têm uma consciência de que a arte precisa ser bem feita, com mais afinco. Vejo neles muito estudo, muitos ensaios. Aqui no Brasil foi muito interessante um trabalho feito na Bahia e no Pará de arte junto com a polícia. Outra experiência bacana veio da China com vítimas do terremoto. A arte educadora disse que foi muito desafiador porque ela era muito tímida antes de iniciar esse trabalho. Então perguntaram como ela venceu esse bloqueio e ela respondeu: ‘Pelo coração’. Você percebe que mesmo quando a arte é política, você está trabalhando o ser humano. Isso passa também por um aspecto terapêutico da arte, porque o individual está conectado ao coletivo. A arte pode ajudar as pessoas a serem melhores, centradas no ser humano, mais conectadas umas às outras e antenadas a bons valores.

Como Sergipe pode se firmar nesse cenário mundial da arte educação para a transformação?

Acredito ser importante Sergipe se voltar à sua cultura. Não como algo fechado, mas sim em diálogo com outras culturas e povos. Outra coisa que acho fundamental é levar a sério a pesquisa, o estudo e buscar a beleza, a qualidade artística e, principalmente, o vínculo social bem firmado. Ao trabalhar com jovens você tem um desafio, porque, em certos trabalhos, se ficar somente no contexto tradicional não haverá diálogo. Você tem que fazer o diálogo do tradicional com a cultura urbana, a cultura contemporânea. Pensar na cultura como algo dinâmico. Como a embolada junto ao hip hop, a cultura popular com o rock, como no exemplo do Mangue Beat [movimento musical pernambucano que misturou tradições como Maracatu e estilos novos como o Rock, misturava Josué de Castro com ficção científica, e possuíam letras com engajamento social e ecológico]. Isso na música, mas existem também trabalhos sendo feitos no teatro e na dança. Falo desse diálogo enquanto processo pedagógico e artístico junto a jovens.

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